Minhas impressões sobre a incrível HQ "Uma Noite em L’Enfer" de Davi Calil.
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Sinopse da HQ (Livraria Fnac):
A HQ Uma Noite em L’Enfer nasceu da vontade do quadrinista Davi Calil de escrever uma história protagonizada pelos grandes ídolos de sua juventude. Responsável pelas cores do blockbuster Turma da Mata - Muralha e pela arte da premiada Quaisqualigundum, Calil é reconhecido hoje como um dos principais coloristas dos quadrinhos brasileiros. Não por acaso, os heróis do mais recente álbum do autor atendem pelos nomes de Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Toulouse-Lautrec, Gustav Klimt e Francisco de Goya.
“É uma história em que todos os personagens tomam as piores decisões possíveis”, explica Calil. Segundo o artista, à medida que pesquisava sobre seus heróis, ele percebia a moral questionável de cada um: “Eles foram irresponsáveis, sempre fizeram escolhas erradas e arcaram com as consequências de seus atos”. No entanto, o quadrinista tomou algumas liberdade poéticas, criando um encontro improvável entre os cinco artistas na capital francesa no fim do século XIX.
O gibi tem início na cidade de Arles, na França, no dia 29 de julho de 1891. Na HQ, o pintor sobreviveu a uma tentativa de suicídio - a mesma que resultou em sua morte fora dos quadrinhos - e parte em busca de sua musa e amante, a prostituta Sien. No caminho, ele encontra Gauguin e é levado por ele ao infame cabaré parisiense L’Enfer. Lá eles são recebidos por Klimt e Toulouse-Lautrec, colegas pós-impressionistas, e por um misterioso e centenário Goya. Em meio a álcool e outras drogas, eles iniciam um torneio de contação de histórias, que coloca em jogo o destino de cada um dos pintores.
Segundo Calil, sua principal inspiração para a trama foi o clássico da literatura brasileira Uma Noite na Taverna, do escritor romântico Álvares de Azevedo (1831-1852): “Assim como no livro, são cinco amigos num bar, todos contando histórias que nem sempre sabemos se são verdades ou ficção”.
Obcecado por seus personagens, o autor investiu três anos de suas carreira na produção de L’Enfer e transformou seu trabalho em um estudo sobre os padrões, estilos e as obras de cada um de seus protagonistas. Os enredos narrados por eles no cabaré do bairro parisiense de Montmartre ganharam paletas de cores semelhantes às de suas obras. São várias as referências e citações diretas à produção e à biografia de cada um, transformando o gibi também em uma caça aos tesouros relacionados a alguns dos maiores gênios da história da arte.
